Mostrando postagens com marcador meio-dia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador meio-dia. Mostrar todas as postagens

20110921

Antes do meio-dia - PARTE II

Consciente mesmo sem explicação. Rápido por causa da vontade. Porém, um ritmo certo para todos os movimentos. Daria até para escrever um livro sobre os detalhes, os olhares e as dúvidas de uma manhã incomum, mas boa. Onde o vazio foi preenchido pela presença que antes só ficava no pensamento.

Foi real. Era a única certeza que Andréa tinha naquele momento. Ainda na cama, parecia não acreditar. Mas sabia: foi real. E não tinha mais como consertar.

Levantou, vestiu-se e quis sair dali. Da janela podia ver o movimento nas calçadas, o trânsito e o sol. Era dia. “Meio-dia”, disse ao olhar o celular. Havia duas chamadas perdidas. Não ousou ver de quem era pois sabia a resposta. Não teve coragem.

Talvez por menos de um minuto, tentou se jogar da janela. Pôs os braços para fora, sentiu a pele arder por causa do calor e sorriu. “Idiota”, xingou a si mesma.

Ligou o rádio no volume mais alto e foi tomar banho. Debaixo do chuveiro ficou cantando aos berros para que a mente não lembrasse do que acabara de acontecer.

Depois de trocar as colchas da cama o telefone tocou novamente mas ela não atendeu. Não quis. Preferiu se permitir lembrar e jurou: “é a primeira e a última vez”.

E se um dia alguém esquecer, o outro lembra. E se nunca for esquecido. Pode ser um problema.

CATEGORIA: Imaginação

20110829

Antes do meio-dia PARTE I

Como acabar com aquilo que nem começou?

Havia muitas dúvidas na cabeça dele. Mas queria se arriscar. Queria sentir o peso de errar e sofrer. A ponto de ser tão egoísta por guardar o prazer para sí. Um prazer efêmero, ilusório, inconsistente. Até sem motivo pois, já tinha com quem dividir qualquer tipo mais genuíno de prazer ou qualquer outro sentimento bom.
Ele então, se mostrou egoísta. Mais "ego" do "ísta" e jogou a rede.
De cara ganhou a pescaria. Desenvolvia lentamente até o peixe vir à superfície, até não poder respirar. Isso o dava prazer.
Quando chegou perto de ter o que queria... desistiu. Com um aperto no ego.
De resto, pensou melhor mesmo não querendo pensar. Deixou sua caça ir e até se despediu sendo mais "ísta" do que "ego". Admitiu o erro. Nem tentou mais. Ficou apenas imaginando como seria se fosse ao invés de não ser.

CATEGORIA: Mentiras Sinceras.